Há paisagens ensolaradas e coloridas que permitem dois climas distintos. O primeiro é cheio de energia, de movimentos rápidos, onde cabe uma dança, gargalhadas e gritos. O segundo é cheio de calmaria, de câmera lenta, onde cabe um passo leve e perdido, leves sorrisos ou uma cara triste e sussurros. Os dois climas residem no álbum Yeah So, do Slow Club. Com um dueto maravilhoso entre Charles Watson e Rebecca Taylor as canções são bem pessoais, contando histórias ou fazendo reflexões. Com o violão mais calmo ou um piano grave o clima lento toma conta e sussurra frases sinceras como "There's no good way to say I'm leaving you". Quando o violão ou a guitarra aceleram e a canção se preenche pelo clima de energia e movimentos rápidos, a diversão começa, como em Because We're Dead, Giving Up On Love e It Doesn't Have To Be Beautiful. São 12 canções (mais uma faixa escondida) cheias de diversão e beleza, às vezes mais uma coisa do que outra, às vezes as duas juntas.
26 de outubro de 2009
25 de outubro de 2009
The Whispertown 2000 agrada, bastante, mas não é um caso de amor. O álbum Swim é muito bom, com um folk-pop que explora diversos climas, um vocal feminino alegre e letras espertinhas e bem-humoradas. É daqueles discos que te proporcionam bons momentos. Pra mim, serviu para ficar balançando o corpo, com os pés descalços no carpet da sala, enquanto olhava para a janela. Mas quando eu quiser algo mais específico, profundo ou realmente animador, não vou recorrer ao Whispertown 2000. Me desculpe, mas se a gente se deixar levar por qualquer melodia bem produzida, divertida ou leve e um atraente vocal feminino, vai ficar difícil. Uma das melhores canções do álbum, Old Times, tem uma frase que talvez diga um pouco sobre a banda, nessa de não ser nem ruim nem ótimo: "I'm not trying to move fast but I can't stay slow".
24 de outubro de 2009
Minha gata dormiu boa parte da tarde ouvindo Thao With The Get Down Stay Down. A imagem calma de um gato dormindo não se encaixa com o som do álbum Know Better Learn Faster. Mas a discussão não é porque minha amiga felina conseguiu dormir, o foco está no disco. Com brincadeiras vocais, cheias de refrões grudentos com oh-oh's e ah-ah's, riffs de guitarra animadinhos e diversos outros barulhos, Thao Nguyen não faz um disco criativo, faz apenas algo divertido e bem encaixado. Não corre o risco de experimentar mais, só que assim, também não corre o risco de ser chato. O resultado é um folk-rock embelezado por uma voz feminina e produzido por pessoas que pareceram se divertir ao gravar as canções. The Give, Oh. No. e But What of Strangers fogem um pouco do perfil do disco e são músicas-para-gato-dormir. O álbum termina dançando com a canção Easy, em que Thao avisa logo no início: "Sad people dance too".
23 de outubro de 2009
Um jazz leve e sorridente. Com a voz quase infantil de Blossom Dearie, as canções-conversa do segundo álbum da carreira trazem um intimismo que facilita a audição. Você cai de amores ao ouvir as nuances do sotaque quando ela canta em francês. As letras muitas vezes acompanham a imagem de frágil dessa loirinha de cabelos curtos e óculos grande, como em Everything I've Got, quando ela romantiza com bom-humor e se entrega em rimas simples: "I have eyes for you to give you dirty looks / I have words that do not come from children's book / There's a trick with a knife I'm learning to do / But everything i've got belongs to you". A voz, apesar de suave, não é frágil, é constante e tem sua força justamente na enorme beleza. Blossom morreu no início desse ano. Eternidade se faz assim, com a beleza de uma obra-prima.
22 de outubro de 2009
Seria pop se tirassem as estranhices do som. Seria estranho se não fosse um pouco pop. Seria agressivo se não fosse a doçura em alguns momentos. Seria chato se não fosse a força imposta na voz. Assim se define a mistura coesa-mas-nem-tanto de A Mouthful, primeiro disco da dupla franco-finlandesa The Do. O pop vem com as batidas dançantes da guitarra e o ritmo fácil de alguns refrões na voz de Olivia Merilahti, que se mistura com a estranhice de um coral de crianças em "Playground Hustle", com o ritmo quase tribal de "Unissasi Laulelet" e no hip-hop(?) bagunçado de "Queen Dot Kong". A doçura vem de momentos calmos como em "When Was I Last Home", "Song for Lovers" e bonitos como em "At Last". A força que controla o excesso de doçura vem com gritos quase histéricos, barulhos perdidos e crescentes vocais. Um disco que brinca bastante, logo, um disco divertido e bonito.
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